Em agosto fizemos – eu e 11 earlybirds – uma viagem extraordinária à África do Sul. O 100.º aniversário do nascimento de Nelson Mandela foi o pretexto ideal para nos aventurarmos na imensa riqueza natural, cultural e humana deste país incrível.

Durante uma semana, trabalhámos em três diferentes centros educativos de Kayelitsha – a segunda maior township da África do Sul –, com cerca de 700 crianças entre os 3 e os 14 anos. É muito difícil exprimir a natureza de todas as emoções que nos assolaram durante esta experiência, que alguns dos nossos earlybirds rotularam com a melhor da sua vida. Vamos ter muitas saudades!

Na outra semana, mergulhámos a fundo na vida da Cidade do Cabo. Visitámos a Table Mountain, a ilha das focas, a praia Boulders e a sua colónia de pinguins, percorremos a magnífica estrada de Chapman’s Peak, visitámos a famosa praia de Muizenberg, fomos ao estádio de futebol e ao Museu dos Springboks (rugby). Aprendemos a fazer chamuças numa casa de família em Bo’Kaap, passámos uma manhã com alunos de uma escola secundária, assistimos a um concerto privado de uma cantora sul-africana, fizemos compras em mercados locais.

E aprendemos imenso, e da melhor forma, sobre a história da África do Sul, sobre o apartheid e sobre a vida e luta de Nelson Mandela. Visitámos o Museu District 6, onde ouvimos, da voz de quem a viveu, a história da expulsão do bairro de todos os seus habitantes não brancos, e a Prisão de Robben Island, guiados por um antigo prisioneiro político. Jantámos com Christo Brand, antigo guarda prisional e autor do livro “Nelson Mandela – Meu Prisioneiro, Meu Amigo”, que nos relatou algum das suas extraordinárias histórias. Subimos ao cimo da montanha para ver com os nossos próprios olhos, seguindo as orientações de Wayne Eaves, a forma como o apartheid mudou a geografia da cidade, e como as desigualdades sociais ainda se veem refletidas nela.

Também recordámos um pouco da História de Portugal: foi com orgulho que nos deixámos fotografar junto da estátua de Bartolomeu Dias e conhecemos o Cabo da Boa Esperança.

Falámos, assistimos, refletimos e trouxemos dentro de nós muitas questões sobre a complexa natureza do ser humano – na sua simultânea e paradoxal força e fragilidade – e das relações humanas. Nunca palavras como “liberdade”, “igualdade”, “solidariedade”, “resiliência”, “coragem” (e tantas outras) voltarão a ter o mesmo significado.

Tal como um grande significado passou a ter, para nós que fizemos esta viagem”, a frase de Nelson Mandela: “Tudo parece impossível até que esteja feito.”

Catarina Anastácio

 

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