“O espanto é o princípio da filosofia.” – Platão
A curiosidade sempre foi um dos grandes motores do progresso da Humanidade. Seja nos grandes movimentos da História ou nas pequenas invenções, é o confronto com o desconhecido, o deslumbramento que este nos causa e a vontade de saber mais que impulsionam o avanço.
É assim também com cada um de nós. Quando nascemos, vimos dotados com uma capacidade de espanto infinita, com uma curiosidade insaciável. É isso que nos faz andar, perguntar, aprender, inventar, inovar, evoluir. Que faz de nós um pequeno filósofo e um criador em potência.
Essa capacidade tende a enfraquecer com a idade. Porque a quantidade de coisas desconhecidas que nos rodeia vai diminuindo, porque o conforto se vai instalando, tendemos a questionar menos, a filosofar menos e a inovar menos.
É muito importante para a educação e o futuro dos nossos filhos que contrariemos essa tendência.
A quantidade de estímulos externos a que se encontram sujeitos, a facilidade e rapidez com que obtém o que querem e a falta de exposição ao desconhecido vão, inevitavelmente, limitando a sua curiosidade. Gera-se muitas vezes um círculo vicioso difícil de contrariar: quanto menos questionam menos aprendem; quando menos aprendem mais caem nas redes da rotina e do tédio; quanto mais entediados, menos curiosos. A falta de curiosidade limita a capacidade de aprendizagem e convida ao disparate.
Uma das melhores maneiras de espicaçarmos essa curiosidade é deixá-los viajar, seja em família, com a escola, com amigos, até mesmo sozinhos ou com pessoas que não conheciam antes.
Viajar tira-os da rotina, da zona de conforto, coloca-lhes desafios. Confronta-os com novas culturas, novas paisagens, novas formas de pensar. Dá-lhes novas cores, cheiros e sabores. Essa abertura impulsiona a reflexão, estimula a criatividade, gera inovação. Longe da previsibilidade do dia a dia é mais fácil abrirem os olhos, quererem compreender o mundo e intervir sobre ele.
Esse espanto, essa ânsia tem um valor incalculável. Leva-os mais longe enquanto pessoas, alunos e futuros profissionais. Ajuda-os a levar a diferença às escolas, às empresas, às sociedades. Humaniza o nosso futuro coletivo.
Dizia Albert Einstein que não tinha qualquer talento especial – era, apenas, apaixonadamente curioso.
O que queremos para os nossos earlybirds é isso mesmo: que sejam, ou voltem a ser, apaixonadamente curiosos! Para o bem de todos nós.
Catarina Anastácio